segunda-feira, 26 de agosto de 2013

freezing

Ele mudou me, por um tempo, ele mudou me... 
Ele tirou algo de mim, tirou pequenos pedaços da minha carne, pequenos pedaços do meu coração, derreteu todo o gelo que havia nele e transformou-o numa bomba de sangue quente. Todo o sangue frio que havia nele tinha desaparecido, eu tinha mudado de tal maneira que quando me deixou sozinha neste gélido chão, eu caí e transformei me em pequenos pedaços perdidos no meio do oceano. A tempestade parou. Os pequenos pedaços voltaram a juntar se, o meu coração voltou a congelar... voltei a ser a fria rapariga que sempre fui e prometi a mim mesma que ele não me ia mudar outra vez.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

life.

"O pior mesmo é tentar não acreditar naquilo que se quer acreditar, ter sempre a esperança de que algo vai ser diferente. Eu sei, são coisas de quem gosta, esperar por algo que não vai acontecer, como se isso fosse uma forma de nos consolarmos com o tempo que passa e os resultados que não vem. Depois há momentos em que pensamos deitar tudo para trás das costas, afinal de que serve sofrer por algo que simplesmente não existe, a dor é que é real. Passam-se os dias e repetimos para nós próprios "O tempo cura tudo", também como forma de nos consolarmos por estar a perde-lo em vão, fingimos não sofrer e assim continuamos até nos vir á mente o porquê das lágrimas que escorrem pelo nosso rosto, até desfocarmos a imagem que temos na nossa memoria dos tempos felizes, até que o coração acalma e de novo fingimos não sentir nada.

Passam-se os dias e de novo há algo que nos toca a alma e nos faz pensar na ultima vez que choramos, e não nos lembramos, não por não ser hábito mas porque os dias já se confundem, as lágrimas, os gritos, o vazio já habitam em nós há demasiado tempo para saber precisa-lo. Passam-se os dias e vamos contando os estragos prometendo a nós mesmos que seremos fortes e repetindo que o tempo cura tudo e o tempo vai passando. Pedimos ao tempo que ele volte e nos traga aquilo que foi nosso, pedimos só mais um momento, um gesto, uma palavra e vamos implorando para que a dor passe e traga quem um dia fomos e já não somos mais. E pedimos o "nós" de volta, pedimos digo eu, imploramos como se nada mais importasse, como se o momento pelo qual estamos a passar fosse eterno.

Passam-se os dias e vamos tentar preencher o tempo como se o tempo fosse o problema, distrair a memória sem tocar na ferida e durante esse tempo todo já rolaram umas quantas lágrimas, já apertou uma quanta saudade mas continuamos a fingir que não sentimos nada, somos intocáveis dizendo que não nos importamos mais a sorrir como se tivéssemos redescobrindo a vida e como ela é bela. Não sei se o tempo passa da mesma maneira na consciência e no coração, talvez tenham tempos diferentes, só sei que eu peço para os dias passarem mesmo que seja em vão, a esperar algo que não vai acontecer só para não ter a desilusão de saber que acreditei em algo que não existe."

Nada a acrescentar...