segunda-feira, 30 de julho de 2012

Aquele momento em que já estas tão desiludida com uma pessoa, que parece impossível que te desiluda mais, mas parece que essa pessoa também tem a capacidade de surpreender 

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Pain



Estava cada vez mais frio e ele permanecia ali, perplexo a olhar a lua, como quem vê o mundo pela primeira vez. As suas mãos ásperas e secas começavam agora a congelar até que a dor se prolongava para os ossos. Via as lágrimas a escorrer-lhe pela cara pálida. Aproximei-me. Conseguia sentir a sua respiração acelerada , o seu soluçar ofegante, o seu corpo tremulo. Olhei-o nos olhos e não consegui dizer uma única palavra, não porque não quisesse, mas porque sabia que se o fizesse todas as palavras se transformariam num choro incontrolável e eu como irmã mais velha tinha a obrigação de ser forte. Abracei-o, mas nesse instante senti o mundo a derramar sobre mim, tinha sido forte o suficiente para aguentar a dor desde que nos foi dada a noticia da morte dos nossos pais, mas naquele instante, os meus olhos encheram-se de água que começou a derramar pela minha face, a partir daí foi instantâneo, a dor que se havia acumulado no meu peito, começava agora a libertar-se, o soluçar começou a ser incontrolável, os gritos começavam a soltar-se, as pernas a ficarem sem força e eu comecei a cair, aos poucos e poucos, até que acabei no chão a chorar desesperadamente.
Não há nada como perder alguém e saber que é para sempre.