terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Diamante

O vento sopra com força sobre o meu trémulo corpo. Estou calçada com os antigos sapatos de pontas que costumava usar no ballet. Já estão apertados, mas mesmo assim tento manter o equilíbrio. O vento bate agora com mais força, numa tentativa de me derrubar, mas eu permaneço intacta, com o olhar sempre fixo no horizonte. Começa agora a chover, inicialmente são apenas pequenas gotas de chuva, mas em milésimos de segundo, o pequeno transforma-se numa tempestade torrencial. Sem mexer um único músculo, o meu corpo permanece como estátua. Os dedos dos pés começam agora a sangrar, mas a minha expressão facial não demonstra um pingo de dor. Ali estou eu, parcialmente indolor, parcialmente inderrotável. Interiormente tão frágil como grafite, mas exteriormente tão forte como diamante.

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